Sei que tô numa pior, das piores. Uma braba, meu camarada! E o que eu posso fazer se não faço nada? Deixo que fazem, deixo que façam. Não tenho poder, ele sempre andou metido por entre mãos erradas. Pois muito bem, então que usem! Eu fico na espera, me pondo de cabeça aquele terno preto, daquelas manhãs ensolaradas... Bem sei que isso é coisa de velho que se perdeu na estrada, sem rumo, sem morada. Mas sou um senhor de apenas vinte e tantos anos, sem nenhum filete de prata sequer. É uma verdadeira lastima meu Amigo. Só não me venha com sentimentalismos que de emoção a Minh’Alma anda farta, satisfeita, obrigada! Vê se me arruma um arranjo que é de prazeres fúteis que eu sinto fome. Nunca tive quaisquer ases de mangas, e quanto a naipes eu sou uma piada, mesmo que daquelas bem contadas. Ainda que me deem tantas cartas, do que me servem, se em apostas eu somo zeros, e de jogo sério não entendo nada?
(freitas de góis)
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