Porque tanto teor de álcool, porque esse cheiro novo de cigarros, sem um esqueiro digno pra acompanhar? Essa atração pelo banal, casual, ao que aconteça, ao Deus dará. É que de repente o fútil me parece sério, o imediato já me é belo, e o evitável não faço questão de evitar. Já não sei mais. Escute bem meu caro Lord, e me deixe em paz de uma vez! Já entendi a mensagem, já sou escravo daquela imagem, que me mostra dia a dia que o dia de amanhã não é dia que se preze, nem que a vela reze, nem sem o sol raiar. O que tenho de concreto, nessa masmorra espiritual, onde o incerto é estável, e o instável é mais que certo? Que pra completar de um tudo eu agora quero; são prazeres de relance, roupa nova pra cheirar, perfume velho inebriante, um lugar doce lar. Não tenho estigmas pra amante, não tenho nada que seja meu tão somente. Não tenho terras nessa esfera, nem tenho carro carruagem a me esperar. E você ainda rir assim, quando escrevo e digo, aos quatro cantos, que esse mundo não é pra mim!
(freitas de góis)